Muitas vezes eu ouvi essa frase. E em algumas
oportunidades pude conversar com seus autores. O que percebi nesses diálogos é
que a maioria dos acusadores não leu a Bíblia. Eles apenas retransmitem o que
ouviram de outros. Porém, acreditam veementemente nisso.
A base dessa crença está, em sua maioria, em possíveis
erros de concordância entre um e outro livro ou em relação a fatos históricos
ou científicos. Normalmente essas críticas são manifestadas em sites, blogs, e
outras mídias por ateus e agnósticos.
Tenho que concordar que algumas divergências realmente
existem. Tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento, temos relatos que podem
ser vistos como contraditório se olharmos apenas para números, nomes, datas e
outros detalhes.
Entretanto, o que os autores dessas críticas esquecem
é que esse tipo de erro é comum em toda a história literária da humanidade. Até
mesmo compêndios científicos e filosóficos apresentam essas “falhas”.
Isso acontece porque os escritos são uma
produção humana, e homens comentem erros. Daí, quem é confrontado nesse sentido
costuma dizer que: “...então a Bíblia não pode ser considerada uma inspiração
divina e muito menos pode-se afirmar a sua inerrância.”
Mas ai vem outro erro: Quando falamos sobre a
inspiração divina e a inerrância da Bíblia, não estamos falando sobre o seu estilo
literário ou sobre os costumes e culta da época em que os textos foram
redigidos, mas sim em seus propósitos e princípios.
Com diz a Declaração de Inerrância Bíblica de
Chicago[1]:
“A Escritura é inerrante, não no sentido de que é absolutamente precisa
segundo os padrões modernos, e sim no sentido de que ela cumpre aquilo que
afirma e atinge aquela medida de verdade específica que foi objeto dos autores”.
(Geisler, 2003. Pag. 552).
Uma coisa que precisa ficar clara é que a
forma de escrita nos tempos bíblicos é muito diferente da nossa. Como exemplo,
no período bíblico a narração não cronológica e a citação imprecisa era uma
prática comum, não sendo consideradas como um erro ou uma mentira.
Contudo, porém, entretanto, mesmo em nossos
dias as diferentes formas de relatar fatos comumente apresentam erros. Pegue
como exemplo as notícias midiáticas. Quantas vezes você já viu a mesma notícia
em diferentes canais e com informações diferentes?
Suponhamos que seja um acidente de carro, e
que o número de vítimas anunciado seja diferente entre um ou outro jornal. Por
causa disso você vai dizer que a notícia é mentirosa, que esse acidente nunca
aconteceu?
Portanto, no meu entendimento, eu afirmo que:
NÃO! A Bíblia não é mentirosa! Muito pelo contrário, pois, seus textos revelam
exatamente o que o homem é, não no sentido material, mas sim espiritual.
Quem lê a Bíblia (crente ou não) precisa
entender que o seu propósito não é o de contar como as coisas aconteceram, mas
sim que elas aconteceram e ainda para relatar o que vai acontecer.
A divindade da Bíblia pode ser percebida não
nas letras, mas naquilo que ela revela a nosso respeito: os nossos pecados. E é
exatamente nisso que está a motivação para o sentimento de amor e ódio do homem
pela Bíblia.
Quem aceita essa revelação, ama a Palavra de
Deus e busca mudar de vida. Quem não aceita odeia a Bíblia e faz tudo para
desmerecer suas verdades, inclusive para afirmar que ela é mentirosa.
Laudo Leon
[1]
Essa declaração consta no apêndice do livro: A Inerrância da Bíblia / Norman L.
Geisler (org.) – São Paulo: Editora Vida, 2003. Páginas 540 a 554.
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