Texto para leitura - Êxodo 17.8-16
Como vimos no primeiro estudo, para realizar a missão de libertar Israel da escravidão no Egito e conduzir esse povo rumo a Terra Prometida, Moisés contou com o auxílio direto de Arão.
Sim, Deus escolheu Moisés para liderar essa missão, mas ele não era perfeito (ninguém é), por isso o Senhor providenciou esse cooperador que tinha exatamente o que Moisés não tinha.
E assim foi formada uma verdadeira dupla dinâmica: A Cabeça Pensante e a Boca Falante. Ambos comandados pelo nosso onipotente Deus.
Mas esse não foi o único caso de liderança compartilhada nessa história. Além de Arão, Deus preparou ainda outras pessoas para cooperarem com Moisés nessa importante missão.
A ORAÇÃO E A AÇÃO
No capítulo 17 do livro de Êxodo encontramos a história da primeira guerra enfrentada pelos israelitas na jornada rumo a Canaã. A luta aconteceu quando eles estavam na região de Refidim, e foram atacados pelos amalequitas.
Aparentemente Israel foi atacado sem motivos, ou seja, sem ter feito nada para merecer isso. Os teólogos estudiosos da causa apontoam duas possíveis razões para esse ataque.
1º - Os amalequitas eram descendentes de Esaú, e não gostavam dos israelitas,
descendentes de Jacó - uma inimizade hereditária que dura até os dias de hoje.
2º - Esse ataque foi um castigo de Deus devido às muitas reclamações dos israelitas.
Mas, independente do motivo, a guerra já estava declarada. E agora, ao contrário do que aconteceu no Mar Vermelho quando Deus derrotou diretamente os egípcios, chegou a hora dos israelitas também participarem da batalha.
O problema, humanamente falando, é que mais uma vez Moisés está diante de uma situação da qual não podia dar conta, afinal, assim como tinha dificuldade de falar, ele também não era um soldado, e muito menos um guerreiro.
Mas, assim como no caso de Arão, Deus já tinha alguém preparado para essa situação, e Moisés, como bom líder que era, sabia bem quem era essa pessoa:
Então Moisés deu a Josué a seguinte ordem: – Escolha alguns homens e amanhã cedo vá com eles lutar por nós contra os amalequitas. Eu ficarei no alto do monte, segurando o bastão de Deus. Josué fez o que Moisés havia ordenado e foi combater os amalequitas. Enquanto isso, Moisés, Arão e Hur subiram até o alto do monte. (Ex 17.9-10)
Sim! Esse é o mesmo Josué que posteriormente vai substituir o próprio Moisés. Mas aqui ele ainda estava sendo preparado por Deus para sua futura missão de entrar com Israel em Canaã. Ele era apenas um auxiliar de Moisés.
Mas, voltando ao texto, por que Moisés subiu ao monte? Será que ele queria ficar longe da briga, em lugar seguro, somente vendo “o circo pegar fogo”?
Não, Moisés não estava fugindo. Ele não era um guerreiro, mas tinha uma função a cumprir. Ele subiu ao monte exatamente para isso, e a sua participação nessa batalha foi fundamental.
Observe o que Moisés disse: ”Eu ficarei no alto do monte, segurando o bastão de Deus”. Esse bastão (ou vara) é o mesmo que Deus disse para Moises usar nos milagres no Egito. Esse gesto, portanto, representava o poder de Deus agindo em favor de Israel. E veja o que acontecia:
Quando Moisés ficava com os braços levantados, os israelitas venciam. Porém, quando ele abaixava os braços, eram os amalequitas que venciam. (Ex 17.11)
Os braços estendidos de Moisés, segurando o bastão, simbolizavam a busca da presença de Deus em oração. Por isso, nesses momentos, mesmo sendo belicamente inferior aos amalequitas, Israel tinha a vantagem no combate.
Mas Moisés era apenas um homem e, quando se cansava, abaixava os braços. Nesses momentos, era como se a busca pela presença de Deus fosse interrompida e então, o exercito melhor preparado dos amalequitas retomava a frente da batalha.
Novamente vemos que Moisés, mesmo sendo o líder que era, não tinha condições de agir sozinho. Por isso, mais uma vez a ação cooperativa se fez necessária.
Quando os braços de Moisés ficaram cansados, Arão e Hur pegaram uma pedra e a puseram perto dele para que Moisés se sentasse. E os dois, um de cada lado, seguravam os braços de Moisés. Desse modo os seus braços ficaram levantados até o pôr-do-sol. E assim Josué derrotou completamente os amalequitas. (Ex 17.12-13).
Vendo o que estava acontecendo, Arão e Hur resolvem agir. Arrumam um lugar para Moisés sentar e passam a apoiar seus braços para que esses não abaixem mais.
Com isso a busca pela presença de Deus em oração não foi mais interrompida, e a ação dos soldados comandados por Josué foi contínua até a vitória total sobre os amalequitas.
Conclusão
A ação cooperativa nesse caso foi dupla: primeiro Moisés foi orar enquanto Josué, com seus soldados, foi lutar. Depois, a oração de Moisés recebeu o apoio de Arão e Hur. Assim, mais uma vez vemos Deus usar pessoas específicas em funções específicas - mas nenhuma menos importante do que a outra.
Além do trabalho cooperativo, uma das coisas que chama minha atenção nessa passagem bíblica é que: a ação sem a oração (presença de Deus), não vale nada mesmo. Israel havia passado cerca de 400 anos na escravidão. Seus homens não estavam preparados para uma batalha e, mesmo assim, quando necessário, foram à luta, guiados por um Moisés que sabia exatamente onde estava a fonte da vitória: Deus.
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