O entendimento sobre o
certo e o errado é muito diferente entre as tribos, culturas e nações
espalhadas por este mundo. Conceitos relacionados à honestidade, verdade, mentira,
amor, família, dinheiro, caráter, sexualidade, justiça social, trabalho, corrupção,
estudo, saúde e tantos outros, ganham valores, pesos e medidas diferentes em
cada lugar.
E é interessante observar
que de tempos em tempos o posicionamento a respeito de um determinado assunto pode
mudar completamente. O que antes era entendido como errado passa ser certo e o
que era certo passa a ser errado. Nessas idas e vindas, o ser humano tende a
considerar como certo aquilo que a maioria entende como certo e a julgar como
errado o que a maioria entende como errado. Mas para quem diz ser cristão, fica
a pergunta:
“Se o contexto de mundo em que estou inserido considera
um determinado comportamento como correto, isso significa que eu posso adotar essa
pratica para a minha vida?”
TUDO ME É LÍCITO
Na carta de 1º Coríntios o
apóstolo Paulo trata de um assunto controverso na igreja local. Considerando o
contexto liberal da sociedade coríntia em relação a pratica sexual (tudo, mas
tudo mesmo era permitido), alguns irmãos passaram a defender certas idéias sobre
o certo e o errado. Assim, eles também poderiam viver essa mesma liberdade.
O movimento ganhou força
quando criou o seguinte argumento: “Se
não existem restrições quanto à alimentação, que é um dos apetites do corpo, também
não deve haver restrições quanto a pratica sexual, pois a mesma também é uma
necessidade, ou, um apetite do corpo.”
E o pior é que essa argumentação
tinha como base um ensino de Paulo contra a prática do legalismo e a favor da
liberdade de entendimento - como os que encontramos em Romanos 14 e em Colossenses
2. Nesses textos, Paulo afirma que ninguém deve fazer e impor leis sobre isso
ou aquilo, sobre o que os cristãos devem ou não devem comer ou beber.
MAS NEM TUDO ME CONVÉM
Mas ao saber da história,
Paulo tratou de esclarecer a situação o mais rápido possível. No capítulo
6.12-20, ele explica porque nem todas as coisas podem ser praticadas e porque
devemos manter a pureza sexual. Afirma que não podemos usar uma coisa lícita
para o corpo (alimento), como desculpa para praticar uma coisa que
espiritualmente não é correta (sexo livre).
Ele enfatiza também que não
podemos transformar a nossa liberdade do legalismo em uma prisão do pecado, e ressalta
que o nosso corpo não é algo descartável (como a filosofia grega da época afirmava
ser), mas ao contrário ele pertence a Deus e não foi feito para a impureza.
É bom lembrar que nesse
texto, quando fala de corpo, Paulo não está se referindo só ao físico, a
questão vai muito além. Deus nos criou como seres completos em corpo, alma e
espírito, e não há como separar um do outro. O que você faz com o seu corpo,
afeta também o seu espírito.
Nessa linha de pensamento o
apóstolo pergunta aos irmãos de Corinto se eles esqueceram que seus corpos
pertenciam a ao corpo de Cristo e diz: “seria
correto tomar o corpo de Cristo para fazer dele o corpo de uma prostituta?”.
Paulo mostra que essa atitude é inadmissível para quem diz ser cristão, pois
este, ao manter um relacionamento sexual promíscuo, está se tornando também uma
pessoa promíscua.
EXCLUSIVOS PARA DEUS
Ou seja, se não há
distinção de corpo, alma e espírito, isso significa que o relacionamento sexual
não é somente físico, como muitos querem fazer parecer, mas trata-se de uma
união completa entre duas pessoas (os dois se tornam uma só carne - v16 e Gn
2.24).
Mas veja que em nenhum
momento Paulo está condenando ou reprimindo o ato sexual, pois este, no
casamento, é uma bênção de Deus (Gn 2.24). O que ele está afirmando é que qualquer
relacionamento ilícito, ou seja, fora do casamento, fora dos propósitos de
Deus, (mesmo com o consentimento entre as partes), deve ser totalmente descartado.
E tem mais, pra piorar a
situação, a prática do sexo livre (que as novelas e a mídia consideram como
boas e normais) consiste na profanação do templo do Espírito Santo, que é o
nosso corpo. E este templo foi comprado por um preço muito alto, pago por
Cristo na cruz. Por isso Paulo afirma que devemos fugir de toda e qualquer
pratica sexual ilícita. Observe que a palavra usada não é resistir, ou lutar,
mas sim fugir, fugir mesmo, literalmente fugir da imoralidade.
Finalizando o texto do
apóstolo apresenta uma conclusão lógica da situação, estabelecendo que: os
coríntios teriam que abandonar imediatamente a prática pecaminosa que estavam
vivendo e usarem seus corpos única e exclusivamente para a glória de Deus.
NÃO PERCA O FOCO
De fato, os irmãos da
igreja de Corinto pecaram porque trocaram a verdade do evangelho por uma série
de “sabedorias humanas” vindas dos gregos e dos romanos. Mas a mensagem de
Paulo mostrou claramente que em relação às coisas espirituais, esse tipo de sabedoria
é falha, é inútil, leva ao erro, promove confusão, desvia do caminho – é,
portanto, de origem diabólica.
Por isso não devemos procurar
nela justificativas que tornem nossos pecados em práticas aceitáveis. Quem
procurar, certamente vai encontrar, mas, por
favor, não faça isso. Não tente disfarçar ou criar argumentos para o seu
pecado, seja ele qual for.
Não é
porque hoje vivemos em um país ou em um mundo liberal cheio de argumentações que
justificam como certo aquilo que a Bíblia diz que é errado, cheio de um tipo aceitável
e praticável de corrupção, prostituição, mentira, falsidade, falta de amor,
inveja, idolatria, feitiçarias e de tantas outras coisas semelhantes, que nós podemos
fazer o mesmo.
A Bíblia diz que no fim
dos tempos as pessoas procurariam líderes que fariam ou diriam aquilo que elas
queriam ouvir. “Pois vai chegar o tempo em que as pessoas não vão dar atenção ao
verdadeiro ensinamento, mas seguirão os seus próprios desejos. E arranjarão
para si mesmas uma porção de mestres, que vão dizer a elas o que elas querem
ouvir. Essas pessoas deixarão de ouvir a verdade para dar atenção às lendas.” (2 Tm 4.3-4)
Isso realmente está
acontecendo. Tem muito “pastor” por ai pregando favoravelmente pelo pecado, e
usando a própria Bíblia para isso. E assim como aconteceu com os coríntios, se
perdemos a visão do evangelho de Cristo, se negarmos ou desmerecermos o
sacrifício da cruz, se tirarmos Jesus do centro da nossa vida, corremos o risco
de sermos enganados ou de nos enganarmos.
Mas que não seja assim com nenhum de nós. Não despreze o
sacrifício que Jesus fez por você na cruz. Que nossos pensamentos sejam
norteados pela Palavra. Que o Espírito Santo seja sempre o nosso guia. Que
Cristo seja o centro da nossa vida. Que o nosso foco seja sempre Jesus. Que a
nossa adoração seja sempre e somente para Deus.
Um grande
abraço a todos
Laudo
Leon
“Porque, se vocês viverem de acordo com a
natureza humana, vocês morrerão espiritualmente; mas, se pelo Espírito de Deus
vocês matarem as suas ações pecaminosas, vocês viverão espiritualmente.” (Rm 8.13)
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